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imagesEsses dias dei uma entrevista para a rádio Itatiaia sobre os motivos que levam as pessoas a ajudar outras pessoas por meio das redes sociais. Mais uma vez venho defender que as redes sociais quando BEM UTILIZADAS, podem mudar o mundo que vivemos e nos tornar pessoas melhores. Os nossos pensamentos influenciam as nossas emoções que consequentemente influenciam o nosso comportamento que pode continuar influenciando o nosso pensamento configurando assim um círculo vicioso ou virtuoso, dependendo do caso.  A ansiedade, a tristeza, o medo,  a raiva são emoções que tentamos evitar a todo custo em vão. Pois a natureza humana não nos possibilita deixar de sentir. O mundo atual, entretanto, parece cobrar das pessoas um “bem estar” contínuo o que acaba por fazê-las rejeitar as emoções que elas consideram negativas, e como não é possível deixar de sentir as pessoas entram num sofrimento contínuo se cobrando de não sentir o que sentem o que acaba por reforçar um  mal estar. O que o nosso mundo precisa aprender é que as emoções existem e são inevitáveis, mas podemos decidir se iremos reforça-las ou não.  Os pensamentos automáticos são como spams, aparecem na nossa mente sem que possamos evitá-los, mas podemos escolher se iremos abri-los ou deletá-los. Rubem Alves em o decreto da alegria fala de forma figurada sobre isso, que não é possível sentir somente alegria, as outras emoções são necessárias e não podemos nos forçar a não sentir.

A ansiedade é uma emoção muito presente na nossa sociedade. Avaliamos excessivamente os acontecimentos a nossa volta e geralmente superestimamos os riscos. Antigamente as pessoas vivenciavam os fatos da vida de forma mais serena, pois a expectativa de vida era baixa, não existiam remédios adequados,  a morte era uma consequência da vida e cabia às pessoas aceitarem essa ideia por não haver recursos disponíveis para a cura das enfermidades. Hoje com o excesso de pesquisas na área da saúde, novas medicações e avanços tecnológicos acabamos por vivenciar  uma certa sensação de controle e quando sabemos de algum caso  de doença que desafia a ciência experienciamos uma sensação de impotência, e o medo de não termos recursos para enfrentar as dificuldades faz com que criemos uma espiral negativa de perguntas sem resposta como uma tentativa de controlar o futuro e diminuir a nossa ansiedade. Essa tentativa de controle, acaba por nos mostrar a nossa vulnerabilidade frente ao futuro.

Quando nos deparamos com algum tipo de tragédia ou sofrimento e nos empatizamos com a vítima geralmente pensamos algo do tipo: E se fosse comigo?

Esse pensamento por apresentar uma ideia de risco gera ansiedade. O corpo por sua vez reage produzindo vários hormônios entre eles a adrenalina  e oxitocina. A adrenalina prepara o organismo para uma reação rápida de defesa, enquanto que a oxitocina nos predispõem a pedir ajuda e ou aceitar ajuda.  Quando sentimos medo ou ansiedade podemos ter três tipos de reação: Fuga, luta ou paralisação.  Nesse tipo de situação a reação mais comum das pessoas é ficar repensando no fato em si, geralmente se preocupando com o que poderia acontecer, pensando coisas do tipo: Como eu reagiria? Quem ficaria com os meus filhos? E se eu morresse? E se eu sofresse?  Esses pensamentos criam uma hipótese irreal, catastrófica com relação ao futuro o que acaba por gerar mais ansiedade e desconforto. Entretanto, se utilizamos a oxitocina liberada de forma assertiva, iremos tentar ajudar a pessoa em “risco” e essa ajuda normalizará a nossa emoção nos gerando uma sensação de prazer. Portanto, pensar em excesso induz à paralisia, enquanto que ajudar cria solução e traz prazer. Agir nos devolve a sensação de solução, pois ajudar, ou doar dinheiro para a pessoa necessitada, por exemplo, cria a ideia de dever cumprido e problema resolvido. Pesquisas recentes mostram que pessoas solidárias que se envolvem com o voluntariado ou criam conexão com as pessoas na ajuda ao próximo tem menos chances de morrer de infarto frente à uma situação estressante do que as outras pessoas de modo geral.

A decisão de ajudar, portanto faz bem para quem a pratica e para quem recebe a ajuda. A não reação, por sua vez promove mais ansiedade e mais sofrimento. Pensar em fazer o bem e executar esse bem pode ser mais prazeroso do que você imagina. Que tal experimentar essa nova possibilidade ao invés de ficar parado esperando que os outros façam algo por você. Você é o sujeito das suas realizações e da sua mudança. Basta ajudar ao próximo. Doar tempo, dinheiro, afeto, cuidado é algo que você pode controlar e decidir.  Vamos tentar?