Logo que me casei passamos, meu marido e eu, o natal em Londres. Lembro-me ainda como se fosse hoje do mau-humor inglês acerca dessa data festiva. Adoro a Inglaterra e a peculiaridade do povo inglês e aprendi a me divertir com o excesso de sinceridade associado a uma certa rabugice e pessimismo. Eu como brasileira que sou e naturalmente otimista tinha uma certa dificuldade em entender o funcionamento inglês do “not too bad” (não muito ruim) como resposta do cumprimento “how are you “( Como vai você). De uns anos para cá, entretanto, tenho percebido um aumento gradual de pessimismo na população brasileira no geral. Associo isso ao aumento da criminalidade, aumento da impunidade e ao excesso de informações negativas a que estamos sendo submetidos dia a dia. Entendo que estamos trabalhando mais, sem muitas vezes gozarmos de condições adequadas para executar o nosso trabalho da forma que gostaríamos. Vejo uma diminuição significativa na qualidade de vida das pessoas. Paradoxalmente o excesso de novas tecnologias, também nos escraviza e menos tempo designamos às pessoas que realmente nos importam de verdade.
Natal é tempo de reencontro, de reunião, comemoração, confraternização, premiação, presente, reconhecimento, alegria, saudade, família e amizade. Ano Novo é tempo de novas metas, planejamento, oportunidades, desafios, recomeço, mudança, possibilidade e realização.
Que possamos hoje iniciar um novo momento em nossas vidas, transformando problemas em desafios e soluções. Desejo a todos a capacidade de aproveitar as dificuldades, transformando-as em oportunidades para nos sentirmos realizados. Que possamos construir um mundo melhor de se viver mudando a nossa forma de pensar, sentir e agir. Que o nosso otimismo seja recuperado e nossa indignação sirva de motivação para a metamorfose. Que depois da tempestade sejamos recompensados com um lindo arco-íris e que sejamos mais otimistas- realistas. Se cada um de nós fizer a sua parte não teremos motivo de arrependimento futuro. Um Feliz Natal e um Excelente Ano!