O Brasil acordou finalmente depois de uma longa hibernada para questionar o que realmente importa. No meu post do ano passado: Pensar, tentar, lutar e arriscar para transformar” , eu falo da importância de ações positivas para mudarmos a nossa realidade e agora quem sabe um país. Eu sempre me preocupei como futuro da nossa nação e tenho tentado fazer a minha parte. Iniciei o ano passado com um grupo de amigos uma luta voluntária no bairro aonde moro pela melhoria da nossa segurança devido ao aumento alarmante da violência no Bairro. Essa organização acabou se transformando num movimento comunitário para a melhoria de outros problemas relacionados aos serviços públicos. Temos cobrado dos políticos “nossos representantes” a execução do trabalho para o qual foram eleitos, e que na grande maioria das vezes não realizam por omissão da própria população. O trabalho é árduo, mas posso dizer que gera alguns resultados. Pelo menos agora, nos fazemos vistos e ouvidos e isso já é um bom começo.
Já disse num outro post que o “povo brasileiro está condicionado inconscientemente por um processo histórico, social e cultural que propicia a continuidade dos vícios políticos.” Pensava que a abertura do brasileiro à autocrítica, que poderia possibilitar mudanças, paradoxalmente contribuia para a manutenção do problema em face da baixa estima e conseqüente passividade da nossa população. Acreditava que a solução se encontrava na necessidade de lideranças hábeis e genuínas para que a população pudesse acreditar numa possibilidade de mudança, seguida de uma ampla colaboração dos meios de comunicação na divulgação de comportamentos positivos pautados na ética, para a mudança da psique coletiva brasileira. No entanto, me surprendi recentemente com as manifestações populares, ao observar que o povo Brasileiro na sua maioria saiu da inércia e começou a utilizar a sua auto-crítica como mola propulsora para uma revolução repleta de indignação mas ávida por uma grande mudança. Bastou um pontapé inicial para que as manifestações mudassem de foco e exigissem uma transformação de base estrutural e moral na nossa política. Os meios de comunicação não ajudaram muito, continuaram em grande parte no sensacionalismo e resistiram para mostrar os fatos reais, mas mesmo assim a voz do povo se fez ouvir e uma nova esperança renasceu mesmo na ausência de uma liderança. Não foi preciso a ajuda da imprensa, nem um líder genuíno para o povo se erguer . O bom de tudo isso é que esses fatos mostram que o brasileiro tem mais auto-estima do que aparentava ter , mas a falta de uma liderança poderá comprometer os resultados finais. É importante não perder as esperanças e incentivar a organização de novas propostas por especialistas das áreas juridica e fiscal num primeiro momento. Não podemos desistir ao nos deparar com as dificuldades que virão. Precisamos avaliar a realidade e criar soluções .
Agora está no momento de criar propostas concretas e embasadas nos estudos de pessoas que são especialistas no assunto. É preciso pesquisar para podermos nos posicionar de uma forma assertiva. Ao meu ver as bases principais seriam a reforma política e fiscal, além de uma luta por uma legislação mais enxuta e eficiente em todos os sentidos. No Brasil perde-se muito tempo com processos burocráticos em vão. As grandes mentes não precisariam ser despediçadas, seria mais interessante se houvem poucas leis que funcionassem efetivamente, que os esforços e pessoas fossem usadas de forma a fazer cumprir a lei e não de forma a tentar arranjar alternativas para burlar, pois se não houvessem tantas brechas os processos não seriam tão longos. Se as leis fossem cumpridas e a justiça não fosse tão morosa, não seria necessário criar tantas tentativas de coibir o abuso. Um exemplo disso vemos na Inglaterra, não é necessário apresentar carteira de identidade o tempo todo para tudo porque lá a falsidade ideologica é crime grave com punições severas. Além disso lá os policiais não andam armados e mesmo assim protegem a população. Estamos na contra mão. Vamos convidar os juristas, advogados, economistas e pessoas de bem para oferecer propostas plausíveis que possam fazer diferença. Vamos utilizar as redes sociais como fizeram na Islândia para discutir projetos com os especialistas de cada área e depois fazê-los valer. Funcionar de um forma otimista realista é a única solução. Temos que acreditar que é possível, mas precisamos trabalhar duro para que isso aconteça. Não adianta nada dizer que queremos mudar sem um posicionamento claro sobre o tipo de mudanças que esperamos . Ser otimista-realista implica em planejamento e estrutura somado a uma esperança de sucesso e superação. A nossa psique já está reestruturada agora é só acreditar que PODEMOS e persistir, pois a nossa força está no que pensamos. E pensando bem e agindo bem podemos transformar um país. Vamos em frente Brasil!