Todo final de ano é sempre aquela correria. Compras de natal, organização da viagem de férias, réveillon, encontros, comemorações, confraternizações e festas, muitas festas….. Mas como não existe unanimidade, o que é uma alegria para muitos pode significar sofrimento para outros. Não são as situações que vivenciamos que determinam o nosso bem estar ou não, mas sim a forma como interpretamos os momentos vividos. É claro que as situações exercem alguma influência sobre as nossas interpretações mas não são determinantes. As pessoas que perderam um ente querido, ou que não tem boas lembranças familiares podem ter ideias negativas associadas com a chegada do fim do ano, já que simbolicamente existe uma ideia de que esse seria um tempo de boas lembranças e encontros, momento de reunir famílias e amigos que vivem distantes. Assim sendo, estas pessoas entram num conflito interno muito grande ao entenderem que as outras pessoas estão felizes enquanto “somente elas estão sofrendo. Outros entendem que as festas são hipócritas e que obrigam pessoas que não se gostam a fingir que se aceitam. Existem os inconformados com a perda do espírito natalino real que julgam toda essa frenesi vazia e ausente de sentido, o que acaba, muitas vezes, os fazendo recusar a se inserir. Há também aqueles que deixam tudo para última hora e que por não se planejarem adequadamente entram numa tentativa desenfreada de recuperar em vão todo o tempo perdido durante o ano, possibilitando o surgimento de uma sensação de fracasso, pela impossibilidade de terminar as metas a que se teria proposto.

Quantas vezes já ouvimos a frase: Estou louco para o ano terminar…. Dezembro é o mês mais difícil do ano para mim. Não posso ver a hora de janeiro chegar… ou coisa parecida?

Esse negativismo de fim de ano tem nome e se chama síndrome do fim de ano. Essa tristeza associada ao término do ano pode passar com o início do ano, ou se tornar crônica e se transformar em depressão. É importante observar que existem vários outros motivos além dos citados acima que propiciam essa melancolia, pois cada um de nós tem uma forma diferente de pensar. O fato é que os pensamentos negativos com ideias de fracasso, rejeição, menos valia e ausência de recursos para o enfrentamento de situações entendidas como estressoras e difíceis, podem levar as pessoas a questionamentos sem respostas que resultarão numa espiral negativa massacrante. Entretanto, é possível amenizar esse sofrimento ou até mesmo preveni-lo para o próximo ano.

Podemos começar quebrando paradigmas, mudando a nossa forma de internalizar o fim do ano. Podemos lembrar dos bons momentos passados, sem fazer uma comparação com o presente construindo um futuro promissor. Podemos curtir as memórias sem necessariamente nos deprimirmos. Podemos compreender que existe sim uma hipocrisia, mas que não precisamos fazer parte dela e que podemos fazer o bem para as pessoas necessitadas e nos realizarmos emocionalmente utilizando as datas festivas como ponto de partida e incentivo para novas ações e desenvolvendo o pensamento de que é preferível fazer pelo menos o bem uma vez ao ano do que fazer nunca. O natal, dessa forma, significaria o nascimento de novas atitudes, de uma forma de pensar mais otimista e proativa. Se alguns não fazem a parte que lhes cabe, o prejuízo é deles. Importa é o que fazemos para tornar o nosso mundo e o das pessoas que nos cercam melhor. Podemos transformar as vivências e lembranças ruins em experiências e criar a possibilidade de superação. Sempre é momento de decidirmos deixar para trás as mágoas, ressentimentos, culpas para trilharmos um caminho mais feliz e próspero.

Iniciar o ano com metas novas é sempre bom, e um planejamento estruturado faz toda a diferença. Que tal colocar as metas no papel e fazer um passo a passo mensal realista? Planejamento ajuda , mas temos que nos estruturar para cumprí-lo. Vamos decidir que merecemos uma vida melhor e vamos nos esforçar para nos mantermos fiéis aos nossos objetivos, vamos criar um novo sentido de vida que inclua o bem ao outro, pois o altruísmo é um excelente motor para a felicidade. Que 2014 venha logo para iniciarmos um novo caminho, mais leve, mais organizado e com possibilidade de grandes realizações. Feliz Natal e Feliz Ano novo.

Por Renata Borja para a Revista Exclusive

http://revistaexclusive.com.br/2014-vem-ai-vamos-nos-planejar/